p4trick4njos
3 min readAug 15, 2017

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A beleza de uma doce manhã +18

Então você abre os olhos, sente seu corpo ainda quente do sexo da noite anterior, incrível como boas noites de sexo se fragmentam em nossa memória, podemos até lembrar certos detalhes, mas nunca a obra inteira… Levanto e a observo deitada nua se desenhando na moldura da minha cama. Por Deus, algumas mulheres foram pensadas nos seus mínimos detalhes!
E como de costume nas minhas manhãs coloco algo para tocar seguindo a sugestão de música que o computador escolhe. Uma playlist com uma infinidade de músicas, feita automaticamente especialmente para mim. Nos primeiros segundos que comecei a ouvir senti a sublime experiência da música, aquilo que te beija o ouvido ao tocar, que traz a sensação única de completo êxtase e agradecimento pela existência da música, da arte, da vida. É assustador, como entre a infinidade de músicas já produzidas pela humanidade em sua história, como um computador com seus complexos algoritmos podem te dar a sugestão de algo para se ouvir com tanta precisão. Seriam as máquinas capazes de sentir essa experiência com a música ao sugeri-la? Ou nós que somos tão previsíveis na nossa apreciação pela arte.

Ela acordou, me viu nu em frente ao computador e com um doce e sonolento sorriso disse: “Bom dia, meu amor.” Eu, retribuindo o seu sorriso, deitei ao lado dela. Ali deitados e abraçados em silêncio, ouvindo o blues que o computador sugeriu me perdi em pensamentos eróticos, lembrei dela apertando seu corpo contra o meu, da expressão do seu rosto em prazer e do seu gosto único de fêmea. Sem perceber meu pau já estava completamente duro. Ela o sentiu se virou e me perguntou: “Você ainda quer transar?” Eu simplesmente sorri e ela entendeu. “Estou um pouco dolorida” ela disse. Eu podia compreender, chegamos ontem pela madrugada completamente bêbados e cheios de tesão um pelo outro, o sexo tinha sido forte, intenso e gostoso. Mas foi assim, abraçados de ladinho, que comecei a beija-la devagar e com carinho, seu rosto, sua nuca e seu corpo. Ela toda arrepiada disse: “Melhor você parar com esses beijos, eu sei onde isso vai parar.” Eu sabia onde iria parar, era o segredo. Não há mulher nesse mundo que resista a beijos dados com emoção, carinho, amor e uma dose de sacanagem. Em minha vida eu nunca tive muitas certezas do que fazer, mas quando se trata de sexo algo lá dentro, bem no fundo, me diz que eu realmente nasci para isso. Devagar comecei a passear pelo corpo dela em beijos e caricias, segurei suas mãos e fui descendo devagar, até chegar no seu sexo e ali ela estava, chupei-a com intensidade, vontade e delicadeza. É incrível quando se encontra a linha tênue entre a delicadeza e a intensidade.

Enquanto a chupava, ela derramava com vontade seu gosto de fêmea naquela manhã. Não resisti, deitei ao lado dela e comecei. Foi assim, devagar, sentido nossos sexos se tocarem, não era um sexo como na madruga anterior era totalmente diferente, agora a sua composição era outra. Fazíamos abraçados e nos sentindo a cada toque. O mundo estava acontecendo lá fora, as notícias diziam estarmos próximos da terceira guerra mundial, mas ali naquele sutil e singular momento a nossa existência se entrelaçava e se beijava. Foi assim, enquanto o mundo se reduzia àquele instante, que gozamos juntos…
Ficamos abraçados mais algum tempo em silêncio ouvindo a beleza da música que o algoritmo insistia em acertar aí recomendar. Anos e anos desenvolvendo um algoritmo capaz de escolher músicas baseado no gosto das pessoas e, naquela manhã, eu tive certeza que finalmente os putos acertaram.

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“Sem a arte e a musica para decorar o tempo. A vida seria só metas, prazos e contas a pagar.” Frank Zappa